quinta-feira, 26 de novembro de 2009

**MERAS OBSERVAÇÕES**

Por Alyne Miranda

__________________________________________

Vejo a cidade e cada segundo perece que o mundo se fecha ainda mais a novas idéias. À novas perspectivas e a principalmente a possibilidade de ter uma visão mais crítica de si e dos outros, muitos não observam que as novas tecnologias tem nos tornado seres enclausurados em nosso mundo interno, sem perceber as necessidade dos que nos cercam.

Observo quantas pessoas na “onda” do MP3, celulares com inúmeros tipos de áudio cada vez mais sofisticados e ainda com opções de interação através dos mais diversos aparelhos, mergulham sem medo na solidão de sua pequenez. Acreditando que a solidão das tecnologias sejam suficientes para um dia satisfazer um espaço não ocupado no mais intimo do ser humano.

Pessoas que deixam de ficar com seus amigos para ficar horas e horas na frente de um computador, na certeza de que, com o passar do tempo, as amizades conquistadas através da internet sejam suficientes para preencher os espaços deixados. Outra forma de isolamento comum na nossa sociedade robotizada, é quando algumas pessoas preferem meio ao trânsito levantar os vidros do carro, ligar o som automotivo o mais alto possível, e nunca observar sequer quem está à sua frente, quem quer atravessar a rua, acreditando seus problemas e dificuldades neste mundo são os maiores e priores existentes. E se o pedestre não tiver cuidado, são capazes de atropelar e nem mesmo preocupar-se como que realmente aconteceu.

Quanta ilusão nossa, meros seres mesquinhos, que não conseguimos sequer enxergar um palmo à frente, como realmente deveríamos. Temos a ilusão de que podemos tudo, mas um simples resfriado nos derruba a ponto de nem mesmo termos a certeza de quem realmente somos meios aos devaneios e delírios de uma febre qualquer. Pensamos que podemos tudo, quando na verdade não podemos nada.
Podemos ter uma única certeza, meio a tantos pensamentos desta vida errante, somos seres mutáveis, e a cada dia podemos pensar e reavaliar cada ação que provocamos ao nosso redor, sem medo de errar, só não podemos nos permitir permanecer no erro.